Eu estava perdida na pista de dança, todos percebiam que eu não sabia dançar. Mas eu queria apenas me divertir e não me importava com o que os outros poderiam pensar. Então, você apareceu do outro lado da pista e eu percebi que você me olhava. Você ria e parecia achar engraçado o meu jeito estranho de dançar. Aos poucos você foi se aproximando, me pegou pela mão e me levou para perto de você. O seu toque me arrepiou.
Logo começou uma música lenta e eu pensei em me desvencilhar de você e sair dali, mas você me abraçou mais forte e me segurou com firmeza pela cintura, foi me conduzindo pelo salão, guiando meus passos. Seu rosto próximo do meu, você sussurrava no meu ouvido, mas eu não conseguia entender o que me dizia, tamanho o atordoamento que me provocou.




Acho que sou a pessoa mais chata que existe nesse mundo e acredito que você deve concordar comigo. Você me conhece, então sabe que eu tenho razão, detesto que digam que eu estou errada, – mesmo que eu esteja – me deixe ser teimosa, por favor. Você sabe que se tentar discutir comigo, a nossa discussão não terá fim, porque eu sou boa na argumentação e sempre faço questão de “vencer” e eu sei o quanto isso te irrita, e é engraçado ver sua cara de impaciência comigo, mas no fundo eu sei que você não resiste e faz isso para me provocar.  
Você me faz perder o chão quando diz algo ao meu respeito, principalmente quando me elogia, você sabe que eu fico sem reação quando você faz isso. Eu não lido bem com elogios, não sei o que fazer, me atrapalho, fico sem graça e vermelha como um pimentão, e você ri quando me vê dessa forma. Você ri de mim e eu fico com vontade de te bater por causa disso. Tento trocar de assunto, fingir que isso não aconteceu, o que te faz dar ainda mais risadas. E meu coração pula pela forma como você olha pra mim, como se existisse apenas nós dois.